Nos acordes do violão estão os lamentos e as observações de um paulistano nascido no Grajaú. O bairro, no extremo da Zona Sul, reúne as contradições de uma grande cidade brasileira: violência, ausência do Estado e múltiplas carências, mas também muita criatividade. Apesar da fama negativa para os mais desavisados, Grajaú tem vocação natural para a arte urbana. O maior distrito da região metropolitana é hoje referência em manifestações socioculturais e celeiro de novos artistas que despontam entre os seus quase 500 mil habitantes.
Wagner Felipe faz parte do grupo dos batalhadores e talentosos artistas da região. Desde jovem conviveu com uma turma de pensadores, que gostavam de poesia, de literatura, de uma boa conversa sobre a vida e de muita cumplicidade, deixando de lado qualquer envolvimento com o que não achava certo, nem honesto. Preferiu o caminho da música.
Aprendeu a tocar sozinho o violão e a vontade de querer mais fez com que expandisse o olhar para outros instrumentos – cavaquinho e flauta, que, na sua avaliação crítica, ‘apenas arranha’. Embora tenha começado a tocar por curiosidade e por um bom ouvido, Wagner Felipe aprimorou os seus conhecimentos. Cursou a Escola de Música do Estado de São Paulo – Tom Jobim e fez licenciatura na Escola Paulista de Arte.
Nas suas composições, Wagner sempre conseguiu se expressar e expor ideias, sentimentos e até alguns dos momentos mais dolorosos pelos quais passou, como a morte do pai, o assassinato do irmão e um problema de saúde da mãe.
Agora, Wagner Felipe lança o seu primeiro disco solo – Amor pra Todos, com 14 músicas autorais, que têm como tema todas as formas de amor, o que dá um tom todo especial a sua vida. “Como este trabalho é muito importante, quis que fosse bem positivo e otimista. É o que mais se aproxima da criança que existe dentro de mim”, destaca o músico.
Confira o vídeo de “Amor pra todos”: