O mosaico que ainda hoje decora as ruas da capital paulista e virou até papel de parede no nosso site é de autoria da paulista Mirthes dos Santos Pinto.
Nascida em Barretos, a artista trabalhava na Secretaria de Obras da Prefeitura de São Paulo, em 1966, quando soube do concurso promovido durante a gestão do prefeito Faria Lima (1965-69), com o objetivo de escolher um padrão de piso para a cidade, a exemplo das ondas de Copacabana.
Mirthes ficou surpresa ao descobrir que seu trabalho estava entre os finalistas, já que havia um forte concorrente ao título: o desenho de grãos de café, que em sua visão era o grande favorito, pois se tratava tradicionalmente do maior símbolo local.
A escolha do vencedor foi feita democraticamente via votação popular, após a exibição dos desenhos dos quatro finalistas em ladrilhos da Av. Consolação.
O projeto vitorioso, implementado primeiramente na Av. Faria Lima, depois na Av. Amaral Gurgel, e na mais famosa esquina de São Paulo, Av. Ipiranga com a Av. São João, ainda hoje pode ser visto em frente ao tradicional Bar Brahma.
O padrão de ladrilhos passou a ser produzido por diversos fabricantes e começou a conquistar as calçadas de outras lojas e casas. Até o final da década de 70, ele já era a grande tendência na paisagem urbana e se tornaria um ícone da cidade, presente até os dias atuais na maior parte das ruas.
Sua base é relativamente simples: quatro peças quadradas (a primeira branca, uma outra preta e as duas últimas brancas e pretas com uma divisão diagonal) que, repetidas em série, sugerem um padrão de repetição infinito.
Fabricada em ladrilho hidráulico, a calçada é de fácil produção e instalação, e acabou afirmando-se como uma identidade paulistana. O mais interessante é perceber que ele deixou de ser só um piso e transformou-se em um padrão gráfico, que passou a ser aplicado nos mais diversos estilos, desde produtos até locais turísticos.