[Texto de Gabriel Augusto]
A série Sintonia, nova produção nacional da Netflix, chegou ao serviço de streaming fazendo barulho. Afinal, quem está à frente do projeto é Kondzilla, um dos maiores nomes do YouTube mundial.
O cara por trás da série
Konrad Gomes ficou famoso por produzir e dirigir diversos clipes voltados para o público de funk.
Hoje, o canal da sua produtora tem assustadores 51 milhões de inscritos. Ele também dirigiu cerca de 6 episódios nesta primeira temporada.
O acerto da série
Ao mesmo tempo que o funk tem um público gigantesco, ele também arrebata ódio de muitas pessoas. O fato é: não podemos desconsiderar o impacto do estilo musical na cultura do país. E vale lembrar que cultura não é só aquilo que gostamos, né?
O principal acerto da série é retratar a vida de Rita (Bruna Mascarenhas), Doni (Jottapê Carvalho) e Nando (Christian Malheiros), três jovens nascidos na periferia de São Paulo, sem cair em clichês e preconceitos. A série consegue escancarar que quando você nasce pobre, num lugar muitas vezes esquecido pelos políticos, os caminhos a seguir se tornam escassos. E nem sempre eles são bons.
Focar a trama num trio com origens parecidas, mas com dramas pessoais diferentes é uma ideia já consagrada. Mas o acerto está na condução da história e como cada episódio faz o espectador ficar preso na jornada dos personagens, seja para se sustentarem, sobreviverem e encararem erros cometidos.
Amizade
Outra questão para se aplaudir é o ponto de interrogação que a produção coloca na sua cabeça, à medida que os episódios vão avançando.
Você fica se questionando se a amizade do trio conseguirá resistir às mudanças bruscas da vida. Será que muda algo? Só assistindo para saber.
Representatividade
Nem sempre o jovem da periferia tem a oportunidade de enxergar sua própria realidade em personagens de séries. Na maioria das vezes, é possível apenas se projetar nos enredos de pessoas bem sucedidas. Porém, em “Sintonia”, o público da favela tem a chance de se ver e reconhecer estereótipos presentes na comunidade.
A representatividade ainda é um problema nas obras nacionais, mas não podemos negar que ela está ganhando espaço. A mais nova produção original nacional da Netflix é uma prova disso.
Fugir do lugar comum
Este é um dos maiores pontos positivos da produção. Isso não quer dizer que a série não escancare problemas e o crime na periferia. Porém, ela vai além disso e mostra que apenas uma minoria opta seguir por esse caminho. Afinal, existe muita gente de bem e honesta na favela, tanto quanto em lugares mais privilegiados.
A trama, que acontece na Igreja Evangélica, também consegue fugir do senso comum e se mostrar bem inteligente ao explorar esse mundo.
Além da série
A Netflix levou a barbearia de Sintonia para o centro de SP. E sabe quem está no comando? Ariel Barbeiro, que ganhou popularidade ao divulgar na internet o estilo que criou, o corte blindado.
A barbearia está localizada na Rua da Consolação, 329 e os agendamentos devem ser feitos pelo WhatsApp: (11) 94559-0950.
No vídeo de divulgação abaixo estão presentes os funkeiros Dani Russo e MC Fióti. Assista!
Pode parecer loucura, mas Sintonia provou ser a segunda melhor série nacional para ver no serviço de streaming, ficando atrás apenas de “Irmão do Jorel”. Clique aqui e leia sobre essa outra produção brasileira.
E aí, você vai dar uma chance para a mais nova produção nacional?
