Confesso que há tempos procurava por um livro que não desse brecha pra parar de ler e que me causasse aquela sensação de “preciso ler um pouquinho menos rápido, porque já está quase no fim”.
Rita Lee – Uma Autobiografia é desses livros. Escrito pela própria, ele nos mostra a Rita cantora, musicista, mãe, esposa, ativista, feminista, porra louca, autêntica, neurótica, amiga e todas as loucas e doces versões de um dos maiores nomes do cenário musical brasileiro.
Bem escrito, engraçado e ácido, o livro passa por todas as fases da artista: do nascimento de Ritinha, a filha mais nova (e problemática) do casal de imigrantes Chesa e Charles, até a Rita Lee “caretona”, setentona e vovozona, que cuida da casa, da horta e dos animaizinhos.
Rita tem tanta importância, que no decorrer de sua história conhecemos também a história da própria música brasileira, em meio ao caos da ditadura, do movimento Tropicalista e do nascimento de artistas consagrados, como Gilberto Gil, Caetano, Elis Regina e Tim Maia.
O livro é recheado de histórias hilárias e críticas à sociedade, como quando ela entrou no backstage do show do Alice Cooper e roubou a cobra que ele estava mal tratando em palco, os percalços que passou nas três gravidezes, além de sua luta, cheia de altos e baixos, contra os vícios das drogas e do álcool.
Rita Lee – Uma Autobiografia é muito mais que um best-seller, é uma reflexão sobre a vida e suas escolhas. Vale muito a pena cada página de leitura e o melhor: Rita já anunciou que está trabalhando em um novo livro. Desta vez, uma ficção que será lançada, em breve, em agosto deste ano.