[texto Mariana Colombino]

Ontem aconteceu mais um show do Foo Fighters, em São Paulo. Desta vez, a banda veio em turnê com outro gigante do rock, o Queens of the Stone Age.

Ambos os shows começaram pontualmente (ou, no caso, até antes do horário) e, musicalmente falando, destruíram a arena do Allianz Parque. Primeiro, entrou o Queens. Depois, o Foo Fighters. E esta proximidade de dois ícones do rock deixou claro que Dave Grohl é o melhor frontman da atualidade.

Josh Homme tem uma voz impecável e lidera uma das maiores bandas em atividade do momento, mas sua apresentação na Arena do Palmeiras deixou muito a desejar. O QotSA fez um show bom (do ponto de vista musical), mas morno, distante do público e nada ousado, deixando uma sensação de desapontamento naqueles que esperavam ver algo muito mais emocionante em palco.

A pessoa que vos escreve é fã de carteirinha do Foo Fighters. Daquelas que segue a banda e os integrantes em todas as redes sociais, tem todos os discos, vai em todos os shows e assina até a newsletter pra saber tudo o que será lançando de novo por aí. Por este motivo, o conteúdo do post poderia ser 100% parcial, mas não é. É a constatação de uma pessoa que já foi em muito show de rock na vida, se frustrou com várias bandas grandes (como aconteceu com o QotSA) e conhece todo o encantamento de ver ícones da música tocando ao vivo e tão de perto.

Dave Grohl é um cara cuidadoso e perfeccionista. Logo, o show do Foo Fighters é musicalmente perfeito, do início ao fim. Mas o ex-baterista do Nirvana leva a missão de fazer shows muito mais a sério que entrar no palco, acertar os acordes, cumprir o setlist, falar uns “obrigados” isolados para a platéia e ir embora. Grohl não permite distanciamento entre banda e público em nenhum momento, apesar de nem sempre falar a língua mãe do país onde está se apresentando. Ele conta histórias, debocha, dá risada, fala do quanto ama o bom e velho rock and roll, exalta a grandiosidade do público e agradece, incansável vezes, o fato de só ser um sucesso porque tem seguidores fiéis e maravilhosos sempre com ele. Dave Grohl é tudo o que um público carente (como o brasileiro) espera de um frontman e muito mais.

 

Em palco, o líder do Foo Fighters não mostra cansaço e prende a atenção do público por mais de 2 horas exaustivas (no bom sentido) de show. Até mesmo nos momentos de menos gritaria, como nas músicas não tão famosas do novo álbum, é possível ver que as pessoas permanecem com os olhos vidrados no palco, admirando esse showman do rock, que tem tanto a ensinar sobre respeito ao público. Não há nada melhor que sair de um espetáculo – que custou tão caro – e perceber que cada centavo valeu a pena.

Aqui, já conto os dias para ir ao próximo (enquanto me recupero – feliz da vida – de uma dor de garganta causada por tanto forçar minhas cordas vocais na noite passada).