Embalada pela melodiosa guarânia paraguaia, “Morte e Vida Uterina”, faixa que abre o álbum Morte & Vida (2016), de Paula Cavalciuk, é uma saudosa e dolorida canção sobre a puberdade da mulher e seus tantos questionamentos. Inspirada nesta idiossincrasia dos ciclos da vida, a faixa passa um sentido de pertencimento, um reconhecer que é inerente à mulher e às sucessivas transformações trazidas pela menstruação.

Agora sendo lançada com videoclipe oficial, “Morte e Vida Uterina” ganha mais significado com as cenas protagonizadas por uma menina que vai se tornando mulher e no caminho é destruída e se reconstrói muitas vezes. Assinado pelo diretor Daniel Bruson (premiado com o curta “Pete’s Story”, no Anima Mundi 2016, e diretor de arte da série “Angeli The Killer”), o vídeo é um stop motion feito com objetos cotidianos e animados quadro a quadro. A escolha por materiais como folhas secas, botões, recortes de revistas, jornais, fotografias, lãs e correntes dá às imagens uma textura de vida.

Usando uma metáfora sutil sobre resiliência, os óculos vermelhos de aro redondo, já uma característica marcante de Paula Cavalciuk, são o único objeto que se conserva em meio a tantas mudanças, mostrando uma essência que não se abala durante os ciclos. Confira o vídeo clipe abaixo.