Um dos shows mais esperados do ano (e olha que estamos em Janeiro) finalmente aconteceu! Depois de quase 3 anos da última passagem, o Foo Fighters desembarcou novamente no Brasil para uma série de 4 shows, porém, a primeira vez fora de festivais e com um gigante estádio do Morumbi preparado especialmente pra eles.
E para a maior banda da atualidade, a abertura também teve que ser em grande estilo. Uma votação organizada pela própria banda definiu o Raimundos como primeira atração e, como convidados especiais, os britânicos do Kaiser Chiefs tocaram antes do FF.
Respeitando o horário, o Raimundos entrou no palco já botando todo mundo pra pular com Eu Quero Ver o Oco e Esporrei na Manivela. Depois mandaram sons de discos antigos e apenas Gordelícia do último álbum, Cantigas de Roda. O Raimundos é conhecido por gostar de deixar o som alto e, em certo momento, houve uma falha (ou um boicote) nas caixas de som. Vai saber!
A guerra com o volume do som não acaba por aí – aguarde as próximas linhas.
Por volta das 19h50, foi a vez do Kaiser Chiefs entrar no palco animando o público com Everyday I Love You Less and Less e hits como Ruby e I Predict A Riot. Junto com o KC, uma torrencial chuva também marcou presença, deixando todos ensopados e o som, novamente, estava bem baixo.
Pontualmente às 21h15, as luzes do Morumbi se apagam, os gritos ecoam e o Foo Fighters entra no palco já mandando a nova Something From Nothing (que já estava na ponta da língua da plateia) e emendaram os sucessos The Pretender, Learn To Fly, Breakout, Arlandria e My Hero. Ótimas escolhas para começar um show devastador.
A noite continuou animada com sucessos de todas as fases da banda e com pausas para o líder Dave Grohl entreter o público, como em certo momento que cada integrante da banda “solou” a clássica Tom Sawyer, do Rush e com Grohl cortando “essa é música é boa demais – é difícil pra caralho tocar essa música“.
Depois, Grohl apanhou um violão e foi para o meio do público numa passarela e levou sozinho Skin And Bones – acompanhado por um acordeon – e Wheels. Neste momento, um rapaz levanta um cartaz pedindo para propor a namorada em casamento no palco. Lógico que Dave concordou e chamou os dois ao palco; Vinícius (ou Vesuvius, de acordo com o vocalista) e Mônica. Ah, ela disse sim!
Enquanto Dave entretia o público, ninguém percebeu um segundo palco surgindo no meio da passarela. E foi nesta hora que a banda se juntou novamente e emendou diversos covers clássicos, como Detroit Rock City (Kiss), Stay With Me (The Faces), Tie Your Mother Down e Under Pressure (Queen), esta ultima arrancando aplausos e euforia.
Voltando ao palco principal para a última parte do show, FF levou o público a loucura com All My Life (melhor momento e música do show) e encerrou a inesquecível noite com Best Of You e Everlong.
O show poderia ter sido perfeito, mas não foi.
Das bandas da atualidade, sem sombra de dúvidas o Foo Fighters é a maior do planeta. Particularmente, prefiro os dois primeiros discos aos outros e faltou, com certeza, explorar mais os trabalhos destes no show. Mas aí que está o grande problema: o público.
Não é surpresa nenhuma que grande parte dos fãs do Foo Fighters sequer conhecem os antigos trabalhos da banda. Isso ficou claro quando eles tocaram I’ll Stick Around e o público parecia ter saído do The Walking Dead. Esta mesma cena se repetiu na apresentação do Lollapalooza, em 2012, quando a banda tocou alguns sons dos primeiros discos e ninguém se manifestava. Digamos que foi um pouco revoltante ver um bando de mortos-vivos que se dizem fanáticos pela banda, não pesquisar sobre seus primeiros trabalhos.
É mais uma prova que a maioria das pessoas vão em shows apenas para fazer check-in e tirar fotos para o Instagram. Definitivamente, os shows eram mais divertidos quando não existia smartphones.
Outro ponto que não gostei muito, é o fato de eles sempre “embromarem” um pouco em quase todas as músicas. Elas sempre são estendidas e este tempo poderia ser explorado com mais canções. A mais prejudicada foi a ótima Monkey Wrench, que rolou uma desnecessária “embromation” de mais de 5 minutos, esfriando bastante o ânimo do pessoal.
E pra finalizar, que aí não é culpa da banda, mas que pelo menos nas primeiras músicas o FF também foi prejudicado pelo som, que por momentos, percebia-se a oscilação do volume, como se a produção estivesse ainda fazendo testes durante a apresentação. Lamentável erros assim num evento deste porte.
Reclamações a parte, Dave Grohl saiu da bateria do Nirvana (sim, amadores – ele era baterista do Nirvana rsrs) para se tornar um dos melhores frontmans dos últimos anos e formar a banda que mais conquista fãs e lota shows ao redor do mundo.
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