A aurora boreal é um dos fenômenos mais deslumbrantes da natureza, mas a desinformação crescente nas redes sociais tem prejudicado a experiência real de quem sonha em testemunhar esse espetáculo.

A enxurrada de vídeos gerados por inteligência artificial, imagens editadas de maneira irrealista e promessas falsas criam expectativas distorcidas sobre o fenômeno, gerando frustrações e até colocando turistas em risco.

Guias especializados que atuam no Ártico enfrentam um desafio duplo: além de conduzir expedições em um dos ambientes mais inóspitos do planeta, precisam lidar com a crescente influência de conteúdos enganosos que fazem com que visitantes cheguem despreparados e com percepções equivocadas.

A maioria das imagens e vídeos que viralizam sobre a aurora boreal são falsas. Além disso, cada vez mais influenciadores e turistas sem qualquer preparo para o Ártico saem em busca do fenômeno baseados apenas em aplicativos e vídeos irreais. Eles não conhecem os riscos das estradas, as condições climáticas extremas e, quando finalmente encontram a aurora, muitas vezes ridicularizam sua aparência real porque não corresponde às expectativas criadas por imagens manipuladas”, alerta Marco Brotto, O Caçador de Aurora Boreal, que soma mais de 160 expedições na região.

Outro problema grave apontado por Brotto é a comercialização irresponsável da experiência, com promessas infundadas sobre “as melhores auroras da década” e datas erradas para a visualização do fenômeno.

A desinformação leva muitos turistas a contratarem serviços de baixa qualidade, sem qualquer suporte profissional.

Brotto se diz indignado ao ver agências “brincando” com o sonho de outras pessoas, divulgando imagens irreais, orientações equivocadas e, sem qualquer experiência, prometendo aquilo que não conhecem.

Luto pelas minhas conquistas e pelo que acredito. Quero que as pessoas realizem o sonho de ver a aurora de forma segura, com informações corretas e guiadas por especialistas.