E cada dia que passa, Hollywood surpreende cada vez mais. Na verdade, o que vou falar neste post não é algo que começou de um ano pra cá. Uma das últimas e lucrativas modas dos chefões hollywoodianos é converter filmes (recentes e/ou mais antigos) para o formato 3D. Pois é, o fato de usar aqueles desconfortáveis óculos na sala de cinema rende muita grana para os grandes estúdios. E a malandragem não para.
Para quem não sabe, o processo de produzir um filme em 3D desde o inicio, é bem mais caro que produzir o filme 2D. Mas, a conversão do filme para 3D na pós-produção é muito mais barata. Ou seja, diversos filmes 3D que vemos por ai com a péssima qualidade, é devido ao fato de os chefões hollywoodianos não abrirem a mão (ou o bolso) pra fazer um filme 3D desde o começo e com qualidade melhor.
Como os filmes são convertidos para 3D?
Existem três maneirar para realizar a conversão do 2D para o 3D. Todas as maneiras buscam recriar o efeito paralaxe (a diferença na posição de um corpo devido a esse ser visto de duas posições diferentes).
Seguem abaixo as três maneiras:
1. Recortar e colar
O primeiro método é o mais fácil e rápido – leva cerca de um mês. Um software localiza os elementos de cena que estão no primeiro plano (mais “à frente” no cenário) e desloca seus pixels para criar a imagem duplicada do 3D. Esse processo é parecido com o dos televisores 3D.
2. Trabalho braçal
O segundo método é semelhante, mas mais artesanal. Por isso, se for feito às pressas, pode deixar a desejar – foi o que aconteceu, por exemplo, com o filme Fúria de Titãs, de 2010. Cabe a um artista 3D (e não a um computador) analisar cena a cena e separar os dois planos. Em seguida, é criada uma modelagem geométrica dos principais elementos.
Jogo de cena
Sobre essa geometria, é projetada a cena original – assim, as modelagens ganham a textura, as sombras e a luz originais. E aí essa imagem é filmada por uma câmera 3D virtual (criada pelo próprio computador dentro desse cenário). Essa câmera cria a sobreposição de imagem que será projetada na tela das salas de cinema.
3.Mínimos detalhes
A última técnica é uma versão melhorada da segunda. Aqui, a cena é desconstruída e todos os elementos são modelados a mão. Depois, ela é reconstruída quase inteira em 3D e também recebe a projeção do 2D. Alice no País das Maravilhas, de 2010, foi feito assim. Esse é o método mais caro: de US$ 80 mil a US$ 100 mil por minuto de filme.
Fontes: Diego Velasco-De Armas, sócio do estúdio de animação Oca Filmes, Ricardo Eloy, especialista em computação gráfica da escola Melies, e site Omelete.
Quais serão os próximos filmes a serem convertidos (ou estragados) para o 3D?
Nesta lista, o que me incomoda não são nem os futuros lançamentos que serão convertidos para 3D, mas sim, os filmes clássicos.
Abaixo seguem alguns filmes clássicos que serão convertidos no formato 3D:
Obs* Alguns deles já até passaram no cinema
– Titanic (já passou no cinema)
– Procurando Nemo (já passou no cinema)
– O Rei Leão (já passou no cinema)
– Jurassic Park (já passou no cinema)
– Top Gun – Ases Indomáveis
– Monstros S.A
– Star Wars (os três primeiros filmes)
– Indiana Jones (os três primeiros filmes)
– Harry Potter (todos os filmes)
– Shrek (todos os filmes)
E abaixo, alguns filmes que veremos por ai (lançamentos) que serão (ou foram) convertidos para o 3D na pós-produção:
– Homem de Ferro 3
– O Homem de Aço
– Thor 2
Quer saber a diferença? Assista “Fúria de Titãs” em 3D e depois assista “A Invenção de Hugo Cabret” do mestre Scorsese. Ao assistir a obra-prima de Scorsese, você percebe detalhadamente o quão trabalhado foi o 3D. Quando assisti no cinema, eu percebi o efeito nos pequenos flocos de neve caindo bem no inicio do filme. Scorsese soube usar milimetricamente o efeito sem que ficasse exagerado e atrapalhasse a historia do filme. Hoje, o 3D é (mal) utilizado apenas para gerar (mais) renda aos estúdios, pois a criatividade para utilizar o 3D restou apenas em algumas animações. E olhe lá.
Agora, resta torcer para que acabe logo esta moda de conversão, principalmente para os filmes antigos, e que os estúdios produzam, e com inteligência, o filme desde o inicio em 3D.