Gê de Lima é um artista do Grajaú que, assim como outros nomes que despontaram da Zona Sul de São Paulo como Criolo, Msário, Rael, Raquel Virgínia (As Bahias e a Cozinha Mineira) e tantos outros, usa a música como discurso social e traz na voz as marcas da vida na periferia.
Desde que lançou o primeiro álbum, Minha Conduta (2014), o cantor e compositor tem crescido como referência do empoderamento gay negro e isso se confirma com o último clipe lançado, Fotografia, que traz o orgulho de amar livremente. Com este vídeo, Gê consolida seu papel de ativista e já anuncia um novo repertório de trabalho ainda mais incisivo e questionador das normas.
Recentemente, Gê de Lima participou do Estúdio Showlivre e deixou claro o potencial que tem para emergir na nova música brasileira. O impacto está no visual afro retrô, no timbre único e na entrega como performer. Acompanhado de banda completa, Gê apresentou canções do primeiro álbum e algumas inéditas que ressaltam a importância de temas como diversidade de gênero e racial, preconceito e representatividade das minorias.
“Normativo”, primeira música executada no programa e também próximo single de trabalho, é uma composição de Gê e trata de racismo disfarçado e fetichismo ao corpo negro. Com pegada blues, a canção faz uma crítica à reprodução do discurso heteronormativo e homofóbico, e serve bem como exemplo do que virá no próximo álbum.
Na apresentação, Gê conta sua história de superação como artista periférico independente e dos próximos planos de sua carreira. Momentos descontraídos e emocionantes marcaram a participação do cantor, como em “Navio Negreiro”, que retrata o passado de escravidão, e momentos de protesto como nas músicas “Estaremos Lá” e “Mão Preta”, com participação da poetisa Thata Alves. Confira abaixo a apresentação na íntegra de Gê de Lima no Estúdio Showlivre.