Há muito tempo a música de qualidade é cobrada. Com certeza (em termos Brasil), muitas bandas boas existem e sempre bons álbuns são lançados. Porém, na maioria dos casos, são bandas mais novas que não têm tanta visibilidade ou lançam o disco de maneira independente não atingindo grande público. Se atingem, são apenas para o público fiel da banda ou do gênero (ou subgênero). É uma triste realidade, já que hoje as pessoas de um modo geral, não se interessam por bandas novas. Falo de bandas que já tem anos de estrada, que são conhecidas, que fazem parte da história musical brasileira e consequentemente, atingem mais público e mídia.

Parece que este período sabático, sem lançamentos de grande destaque, se não chegou, deu indícios de que pode estar perto do fim. Em 2014, bandas nacionais renomadas e de conhecimento do grande público, se superaram e lançaram álbuns que foram amplamente elogiados pela crítica e resgataram aquela pegada que tinham nas épocas de ouro, como se fosse um combinado entre as bandas de resgatarem toda essa energia juntas.

E para terminar 2014 em grande estilo, você vai conferir breves resenhas de alguns destes álbuns lançados neste ano, que superaram as expectativas e acenderam as esperanças dos amantes da boa música. Acompanhem o Artescétera nas redes sociais Facebook, Twitter e Instagram e vamos pular muitas ondas no ano novo para que venha mais música boa em 2015.

Obs* Não deixem de ouvir estes álbuns; tenho certeza que não se arrependerão.

Raimundos – Cantigas de Roda

Desde a saída do Rodolfo, em 2001, o Raimundos sofreu muito para convencer ao público de que não dependia mais do ex vocalista. Desde 2010, a banda já estava ganhando a confiança com boas performances no palco. Mas foi só no inicio de 2014 que a banda cortou o cordão umbilical com o excelente e poderoso Cantigas de Roda.

Titãs – Nheemgatu

O Titãs arrancou elogios da crítica especializada com o novo álbum Nheemgatu, no qual resgata a sonoridade dos clássicos álbuns Cabeça Dinossauro e Titanomaquia, tanto no peso quanto nas letras.

Nação Zumbi – Nação Zumbi

Os percussores do Manguebeat voltaram em grande estilo com o álbum homônimo. O Nação Zumbi nos presenteia com um disco com qualidade à altura de sua história e, ao mesmo tempo, uma clara evolução com novos arranjos que não fogem das características nordestinas da banda.

Ratos de Porão – Século Sinistro

Depois de 8 anos longe dos estúdios, o Ratos de Porão volta com o brutal álbum Século SInistro, mantendo a mesma pegada crossover que adotaram desde o lançamento do Onisciente Coletivo, em 2001. Destaque para participação especial de Atum, porco de estimação de João Gordo, na música Sangue e Bunda.

Skank – Velocia

Com participações especiais de peso e letras inteligentes, o nono disco dos mineiros do Skank marca a volta da banda às origens que conquistaram o Brasil. Velocia conta com muito reggae e músicas dançantes, que há um bom tempo não era presente nas músicas, que tomaram um rumo um pouco mais pop.

Pitty – Sete Vidas

Sem lançar um álbum de inéditas desde 2009, a baiana Pitty volta aos holofotes com Sete Vidas, sexto disco da cantora. O disco não apresenta o mesmo peso dos anteriores, mas conta com visível evolução musical que vai agradar os novos e antigos fãs.

Fernanda Takai – Na Medida do Possível

Apesar de ser um disco solo, Fernanda Takai merece (e muito) respeito por tudo que fez à frente do Pato Fu. O álbum não está à altura das músicas eletrizantes e psicodélicas do Pato Fu, porém, apresenta músicas agradáveis de muita qualidade que são características da sutileza da cantora.

Racionais MC’s – Cores e Valores

Depois de 12 anos, a maior banda de rap nacional lança seu mais novo (e esperado) álbum de inéditas. Cores e Valores mostra uma nova fase da banda com um disco diferente de tudo que já fizeram, com 15 músicas que são distribuídas em pouco mais de meia hora de duração.

*Outros discos lançados em 2014 que merecem destaque:

– Eramos Carlos – Gigante Gentil

– Pato Fu – Não Pare pra Pensar

– Mombojó – Alexandre

– Rogério Skylab – Melancolia e Carnaval

– Tom Zé – Vira Lata na Via Lactea