Quando dizem que o Monte Roraima (RR) é um lugar único no mundo, sim, é verdade”.

Esse é o relato da viajante Pricilla Tatagiba, que realizou uma expedição ao local. “Não existe vídeo ou imagem que consiga captar aquela imensidão. Existe muito ali que foge do nosso entendimento. Saber ouvir os guias que têm intimidade real com esse lugar, me fez perceber que eu não conseguiria descobrir tudo numa única visita”, conta.

Paisagens diferentes de tudo que os olhos já viram e sensações diferentes de tudo que o corpo já experimentou. Apesar das palavras serem distintas, a descrição de quem conhece o Monte, são as mesmas. Pricilla chegou no destino sem pesquisar ou saber muito, foi aprendendo e entendendo a grandiosidade das formações rochosas, lá mesmo.

Fui sem expectativas e aprendi sobre o lugar in loco, mas me despedir do paredão foi doloroso demais. Caminhar e me distanciar do Monte era muito visceral. É dizer adeus para um grande amor sem a certeza de poder estar ali novamente”.

Quem busca o gigante normalmente não possui metade da consciência do que o espera. Formado há mais de 2 bilhões de anos, no período pré-cambriano, numa altitude de 2.875m, com a paisagem repleta por rios, cascatas e formações rochosas, cercado de diversos aspectos da espiritualidade de seus anfitriões e protetores indígenas Taurepang, guardado pelo Parque Nacional Monte Roraima (RR), na fronteira do Brasil com a Venezuela e Guiana, o Monte Roraima é uma das montanhas mais antigas do mundo e possui o cume mais extenso do planeta, com 34 km².

Espiritualidade e cosmovisões 

Ir até o Monte Roraima para conhecê-lo, é, além de uma grande aventura, uma experiência que coloca o viajante frente a frente com a história da Terra. As lendas que o cercam remetem ao seu surgimento, como a que diz que os indígenas Macuxi, que então viviam na área, certo dia notaram uma bananeira no local, seguida de um aviso divino que dizia não ser permitido cortá-la ou comer seus frutos. Após não respeitarem o recado e terem cortado a planta na raiz, a natureza se revoltou e, com raios e trovoadas, fez surgir o paredão.

Mais do que as lendas contadas há séculos, estar no local já é uma verdadeira experiência de um lugar mágico e diferente de todo o resto.

Seus atuais protetores são os indígenas Taurepang, que também são guias e levam os grupos de viajantes pelas trilhas, que devem ser feitas sempre com um local. O roteiro oferece uma imersão na cultura e no folclore Makunaima.