Há pouco mais de dois anos saía nos cinemas brasileiros o filme Frances Ha, produção americana independente que fez grande sucesso e foi aclamado pela crítica. O diretor, Noah Baumbach, e a protagonista, interpretada por Greta Gerwig, voltam a se encontrar em Mistress America, um filme independente que também aborda o descobrimento próprio – entre outros temas similares.
Mistress America conta a história de Tracy, garota de 18 anos que acaba de se mudar para Nova York e está no primeiro semestre da faculdade. Com dificuldades para fazer amigos, Tracy sonha em entrar para a sociedade literária da faculdade, assim como seu único amigo Tony. Ainda se sentindo solitária, a garota segue a sugestão da mãe e liga para Brooke, filha de seu futuro padrasto que já está nos seus 30 anos.
O filme começa a tomar forma após as duas protagonistas se conhecerem. Tracy começa a ficar maravilhada com o estilo de vida que sua futura meia-irmã leva; vários amigos, vida agitada e alguns “bicos” que lhe garantem grana suficiente para viver bem e pensar em coisas maiores, como abrir um restaurante – um dos principais laços entre as protagonistas durante o filme. A partir deste momento percebe-se a mudança na vida da mais nova, tentando seguir os passos de Brooke, mesmo percebendo que por momentos, não parece ter uma vida tão perfeita assim.
Brooke é uma pessoa narcisista, que só pensa nela, não liga muito para os outros e que já magoou muita gente (mas também já foi magoada), fato que Tracy não se importa inicialmente pela admiração, mas que aos poucos vão ficando mais claros em sua cabeça. Enquanto as duas se tornam mais próximas, Brooke perde um dos investidores de seu futuro restaurante, fato que a obriga enfrentar o passado, recorrendo a uma ex-amiga (atual inimiga) que roubara seu ex-noivo e ganhou dinheiro roubando suas ideias. É neste momento que se concentra praticamente todo o terceiro ato, onde as diferenças de praticamente todos os personagens são postas em prova e que, tanto Brooke quanto Tracy pensam se a amizade é tão perfeita quanto elas achavam.
Para quem assistiu Frances Ha, certamente vai gostar de Mistress America; porém, não vai sair com aquela mesma sensação boa do primeiro, de que dá-se um jeito em todos os problemas com final feliz – ponto trabalhado intencionalmente para tal sensação. Baumbach aborda tanto a relação quanto o descobrimento de maneira muito competente em ambas produções – sempre caprichando na trilha sonora, mas em Mistress ele explora muito o diálogo, fazendo o espectador interpretar o filme para o lado pessoal de um adolescente entrando na vida adulta e um adulto na fase em que precisa fazer dar certo sua vida profissional e pessoal.
Mistress America estréia nos cinemas brasileiros na próxima quinta-feira, 19/11. Com certeza vale a pena passar 90 minutos no sábado a noite para conferir esta pequena obra minimalista que fará certo sucesso no circuíto alternativo. Confira o trailer abaixo e não deixe de seguir o Artescétera nas redes sociais Facebook,Twitter e Instagram e assine o nosso canal no Youtube clicando aqui.
